quinta-feira, 23 de julho de 2009

Finalmente, lá falamos

Hoje almocei com a Inês, depois do nosso encontro de ontem ter sido adiado, mais uma vez por razões profissionais dela claro. Falamos, falamos, falamos, discutimos, falamos, discutimos mais um pouco, as tantas olhamos para a mesa do lado e um casal de namorados olhavam-nos muito seriamente, decidimos então pagar a conta saímos e fomos falar para outro lado.
Desta vez não me contive, disse tudo aquilo que pensava, tentei ser um pouco como ela, que diz tudo friamente as vezes sem reflectir. Penso seriamente se estes tipo de conversas que temos serve para alguma coisa, as vezes chego a pensar que não, o que difere esta das outras é que "deitei tudo cá para fora".
A Inês vem sempre com os mesmos argumentos aqueles que já referi anteriormente. Quanto a mim, tentei com que ela fosse mais humana na forma como tem decidido "investir" na relação. Argumento contra argumento lá fomos falando.
As coisas parecem mais serenas para já e hoje até foi a primeira vez que vi a Inês preocupada com o facto de eu querer sair do país para trabalhar. Ela olhou-me nos olhos e disse "Se ficares lá fora mais tempo do que estás a pensar e se as coisas te correrem bem só quero que me digas muito directamente se fazes intenção em voltar ou não" Com aquele olhar que eu não resisto, com o brilho nos olhos que tantas vezes me quebrou o coração, olhou-me comovida. Posso-vos dizer que quando ela me disse isto até eu gelei, fiquei a pensar na possibilidade de as coisas correrem realmente bem e eu nunca mais querer voltar e o grande problema é, onde cabe a Inês nesta Equação? Imaginemos que isso acontece, como será?

quarta-feira, 22 de julho de 2009

A Inês respondeu

Ela respondeu depois de eu ter insitido. Disse que não falava por telemovel e que só queria falar pessoalmente. Sempre defendi isso, ainda bem que ela percebeu isso, travei uma batalha, uma cruzada durante anos, para que sempre que tivermos uma discussão, resolvermos as coisas com dialogo como pessoas adultas. Nem sempre isso foi possível, nem sempre ela quis assim, mas finalmente ao menos hoje quer. Não posso esconder que senti uma alegria momentânea quando ela me respondeu à mensagem, espero que essa mesma alegria seja para durar, terei um dialogo serio com ela, para mudar definitivamente as coisas, para resolver os nossos problemas...porra que deja vu! Quantas vezes já disse isto? Quantas vezes já tentei resolver os problemas de uma vez por todas....Ouço a minha consciencia a dizer, "Pedro os problemas existem sempre!".
O que me resta saber mesmo é se ela ainda me ama, isso sim é importante, porque eu não tenho dúvidas do meu amor pela Inês.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Eu cedi

Não consegui resistir, quebrei a barreira, cheguei ao meu limite, estou muito à tempo sem ter noticias da Inês. tenho saudades do sorriso, do olhar, dos labios dela, de tudo, não consigo mais manter este braço de ferro esta distância ridicula. Cheguei ao meu limite, enviei-lhe uma mensagem, pedi para ela re-considerar as coisas, daqui por um tempo devo estar ainda mais longe, noutro país, noutro lugar e será muito pior, preciso que ela me diga algo, preciso que me dê uma palavra, preciso de algo da Inês, algo que me dê força nesta vida ridicula que vivo. Preciso de apoio pois quebrei, sinto-me perdido, nem as noites com os meus melhores amigos me dão a alegria de viver pois sei que a Inês está "distante". Dava tudo para a ter aqui, dava tudo para a ter comigo agora abraçada a mim como no passado, onde tantas noite ela se abraçou a mim e dizia que eu era mais do que tudo. Hoje decidi ler algumas cartas que ela me escreveu quando eramos ainda dois adolescentes com a vida pela frente a entrar na universidade, com os sonhos proprios de quem está apaixonado, porra como isso me faz mal, como me fez mal ler aquilo, ler aqueles sonhos, aqueles textos cheios de alegria e esperança como se o amanhã fosse um conto de fadas. Meu deus, que se passou estes dez anos? O que se perdeu? Que fiz eu para chegar a este ponto?
Eu deixei de acreditar em Deus mas de facto é tão mais fácil ser crente e apoiarmo-nos em algo. Eu que até outrora fui catolico praticante, pertencente à igreja vivo hoje na ideia que esses anos que vivi iludido serão uma metafora do meu namoro? Nem quero acreditar nisso, eu amo a Inês, nem quero pensar nisso.
Eu cedi, porque tive de ceder, porque não aguento mais este clima, esta parvoice, este tempo perdido depois de tanto outro tempo perdido. Enviei a mensagem a Inês à meia hora e ainda não obtive nenhuma resposta... nada!

segunda-feira, 20 de julho de 2009

A Inês saiu...

Soube ontem que a Inês saiu com a minha irmã no Sábado a noite. Curioso, até porque ela dizia sempre que tinha muito trabalho e quando eu não trabalhava ao Sábado e tinha a noite livre ela não tinha ideias para sairmos. Meu deus, o nosso namoro caiu numa rotina tamanha que nem ideias temos para sair a noite, tanta actividade cultural aqui por esta zona, tanta coisa para ver e tão pouca vontade.
Bem, pelos vistos foram as duas às compras, coisas de mulheres e eu sem saber estava a trabalhar a pensar que ela estava em casa, não é que ela tivesse que estar em casa nem é isso que está em causa é só porque depois do trabalho passei de carro em casa da Inês, só para estar próximo dela, minimamente, a pensar que ela estaria em casa afinal não estava.
Ainda que a Inês tivesse muito trabalho acho que uma saída de vez enquando nunca fez mal a ninguém, mas para ela era um sacrifício sair porque ele é dependente do trabalho, perfectionista como é só pensa em trabalhar. Já para não falar do facto de estarmos a gastar dinheiro, sim porque a Inês acha que cinema e jantares é uma forma estupida de gastar dinheiro que pode ser util para outras coisas, sim mas o quê? Nunca cheguei a perceber se era para os Hobbies dela ou adereços e roupa, se calhar ambos. As vezes saíamos e quando as coisas não estavam a correr bem ela disparava logo um "Tenho tanta coisa para fazer, vou já para casa trabalhar".
Há "anos" que não vou ao cinema, a ultima actividade cultural que fiz com ela foi no dia dos namorados, num concerto que eu insisti que fossemos ver pois seria realmente bom para nós. Até hoje fico com a impressão que ela gostou mas nunca me disse realmente se gostou verdadeiramente ou não, quando perguntei "Gostas-te?" Ela disse "Hum...Sim" preferia ter ouvido um "Gostei!" semelhante ao primeiro momento de amor entre a Celia e o Telmo no Big Brother I.
Mas enfim fico feliz por saber que ao menos ela saí de casa apesar de tudo, tem-se distraido, agora que tem menos trabalho, curiosamente quando poderiamos estar os dois a vingarmo-nos do tempo perdido é precisamente quando estamos mais chateados.

domingo, 19 de julho de 2009

A decisão

Por tudo isto decidi mudar radicalmente de vida, penso neste momento sair do país ir para fora trabalhar. Já que por cá as coisas estão difíceis ao menos lá fora poderei encontrar outro rumo, outra esperança, acho que me fará bem a todos os níveis. Já tenho algumas ideias em mente e alguns sítios e objectivos que poderei cumprir. Talvez assim a minha vida mude para melhor.
A Inês sabe que vou partir, durante um telefonema disse-lhe que ia embora, ela perguntou quando? Fiquei perplexo, só agora lhe dei a noticia e já me está a perguntar quando vou? Será que não se sente triste? Será que a noticia não foi um choque para ela? vários pensamentos me percorreram a cabeça, entre eles o inevitável, será que ela ainda me ama?
Segundo ela a pergunta deveu-se ao facto que todos os anos prometo que vou seguir um rumo diferente e que vou tentar procurar trabalho seja onde for. Porra mas isso é o que eu tenho feito, tenho procurado em sítios e empresas duvidosas até, para quê? Para nada!
Fiquei tão irritado com a pergunta dela que desliguei o telemóvel mas não sem antes lhe dizer que o que ela me quer é ver-me longe, pelas costas. Estou farto das birras e das injustiças, da forma como ela me trata, sem consideração nenhuma, prefiro ter inimigos assim, ao menos deles já sei o que contar. Depois de 10 anos a viver sobre um clima de desconfiança, sim porque a Inês além do mais é muito ciumenta e possessiva, é claro que eu sou suspeito em falar mas para perceberam melhor ela tinha ciumes da minha própria prima por exemplo, sem razões absolutamente nenhumas. Ao longo dos anos foi tendo ciumes de tudo que era colegas de trabalho ou de Escola mas enfim vou fazer o quê? Sempre a amei!
Quanto à historia de ir para outro país trabalhar é mesmo verdade, já me andei a informar sobre isso e acho que a Inês não acredita que seja mesmo verdade. Pois bem eu estou decidido a fazê-lo falei com ela e disse-lhe que ia em Setembro iria para fora, deixaria passar Agosto e em Setembro estarei pronto para ir, mais uma vês fiquei perplexo quando ela me diz, então só vais em Setembro?!
A minha ideia foi... vou preparar-me não só mentalmente como financeiramente para que em Setembro esteja preparado para ir, além disso quero passar as ferias com amigos e família pessoas que amo e que poderei só ver daqui por três, quatro, seis meses ou um ano, além do mais costumo ir com a Inês de férias e queria passar esses dias ainda com ela mas perante tal resposta fiquei incrédulo, nem sei se vou passar mais ferias com ela, até porque pelos vistos ela não quer. Além do mais ela sabe que eu tomo decisões assim de um momento para o outro e quando meto algo na cabeça faço-o, porque razão ela não me telefona, nem me tenta ver ainda que tenha sido eu a desligar o telemóvel? Ela fez isso várias vezes e o Pedro serenou inúmeras vezes os ânimos, fui eu que fui atrás dela imensas vezes. Houveram inúmeras situações em que ela foi injusta mas eu passei por cima do meu orgulho e fui atrás dela para acalmar as coisas e fazer as pazes, neste momento a Inês não faz o mesmo por mim sabendo que a qualquer momento posso ir embora.

Ponto da situação

Neste momento não falo com ela, já lá vão, duas semanas, o que se tem passado parece que tem sido demasiado grave para que tanto o meu orgulho como o orgulho dela nos façam sequer desviar o olhar um do outro. A Inês é assim, amua por tudo e por nada, não é capaz de ter um diálogo digno de uma pessoa de 26 anos. As discussões são assim, curtas e brutas sem nexo muitas das vezes. ela não tem cuidado com o que diz, é espontânea diz a primeira coisa que lhe vem a cabeça, sem reflectir que aquilo que está a dizer me pode magoar.

Ela fala, interrompe, não ouve e vira as costas ou faz birra, sim birra, quando sou eu a falar, basicamente só a opinião da Inês é importante, a minha é semelhante aquele personagem que faz a alegria das gentes que vão ao futebol para o lado do Dragão, sim esse, o emplastro.

Ela desliga o telefone, bate com a porta e pronto acabou, não quer falar mais e fico ali, a falar para o boneco que muitas vezes é uma porta ou um telemóvel desligado.

O que se passa actualmente é que a Inês vive a 200km/h num dia-a-dia agitado dentro da área profissional que se formou, em reuniões e aulas, em trabalhos e mais trabalhos de formação e testes para corrigir, é um sem fim de coisas para fazer, enquanto que eu vivo a 20km/h, muito mais ocupado com os hobbies do que propriamente com o trabalho, completamente longe daquilo que estudei para me formar, mas enfim a vida é assim, as vezes não fazemos aquilo que queremos.

Mas a Inês não é a única culpada na relação…

Estive um ano a meio gás apenas a procurar trabalho ou emprego dentro da minha área, confiante que um dia mais tarde iria aparecer algo para fazer, confiante que a ajuda dos meus pais, que nunca chegou, para arranjar um emprego iria chegar, confiante que alguém dissesse um dia “Olha queres trabalhar?” fosse o meu click para a minha carreira profissional. Nada, ninguém o disse, nada apareceu, os dias foram passando e estava em casa a perder a esperança completamente preso dentro do meu próprio método estúpido de pensar que as coisas caíam do céu, enfim, ainda para mais hoje em dia. Estupidez tamanha Pedro, estupidez tão grande perder tempo valioso à espera de algo. Como estou arrependido.

Precisamente nesse ano já a Inês andava a pelo menos 150km/h farta de me dizer para me mexer mais, que aquilo não estava a resultar, mas sempre pensei que 5 anos a estudar para tirar um curso superior tinham algum valor, enfim, balelas!

Passado um ano percebi que tinha mesmo de me mexer, era altura de fazer algo, sob o risco de com 30 anos estar ainda a viver em casa dos meus pais e dependente deles.

Depois de uma discussão séria numas ferias o ano passado em Agosto, mais ou menos por esta altura, curioso, eu decidi fazer algo pela vida, não é que não tivesse feito antes, mas fi-lo muito devagar digamos. Enviei inúmeros currículos, fui a inúmeras entrevistas, tinha conseguido um part-time em Abril e mantive-o, ao menos isso. Obviamente que isso para a Inês não chegava ela não via nada de concreto, apesar de eu me estar a esforçar não arranjei nada, porra mas afinal o que estava a correr mal, acho que não sou assim tão incompetente, o meu currículo não é assim tão mau para alguém que é formado em gestão e línguas. No meu estágio tive a melhor nota e nos sítios onde estive a trabalhar temporariamente saí-me sempre bem, afinal o que está mal?

Desde todas estas perguntas até a uma depressão é um pequeno passo. Vivo sem saber o dia de amanhã, sem saber onde vou estar, sem saber o que fazer e esta distância da Inês mata-me!

Nós

Eu, Pedro, tenho 27 anos, acabei o meu curso à cerca de dois anos sem perspectivas de trabalho. De momento vario o meu tempo num part- time que preenche pouca parte do tempo dos meus longos dias a olhar para o futuro com pouca esperança. Perdi-me na conta dos infinitos e-mails e entrevistas onde já estive envolvido. Partilho esse tempo com hobbies que para ela são desinteressantes e inúteis que só me fazem perder tempo, enquanto que para mim são a realização de objectivos que sempre tive. Ela, Inês, também 26 anos, licenciada em Português via ensino, depois de um ano a dar explicações conseguiu um lugar com horário completo numa escola perto de casa, o que a permitiu encarar o futuro com outros olhos, mais alegre e entusiasmante, com outro tipo de objectivos diferentes dos meus, mais ambiciosos. Os tempos livres dela, quando eles existem, são preenchidos com pintura. O jeito dela perfeccionista faz das suas obras um regalo para os olhos da família e amigos, assim como de clientes, uma vez que ela chega mesmo a comercializa-los, entre colegas e conhecidos, num passa palavra cada vez maior e melhor.E estão assim apresentados os dois intervenientes, pelo menos o básico, o resto vem com o tempo. Tempo esse que não me falta para já para relatar os próximos episódios.

O Inicio

Com este Blog pretendo falar sobre a minha relação com alguém que conheci à dez anos atrás. Não só porque preciso de desabafar e as vezes é mais fácil fazê-lo com alguém que encontramos por acaso, mas também porque espero que os meus relatos possam ajudar as vossas relações sem querer com isto dar uma fórmula mágica porque essa não a tenho, nem sequer existe no amor.
Os nomes serão fictícios assim como locais e os dados dos intervenientes das historias para que não haja invasão de privacidades, protegendo deste modo os intervenientes.
O nome do Blog vem de uma música de Sérgio Godinho que reza assim:

As certezas do meu mais brilhante amor
vou acender que amanhã não há luar
eu colherei do pirilampo um só fulgor
que me perdoe o bom bichinho de o roubar

Assobiando as melodias mais bonitas
e das cidades descrevendo o que já vi
homens e faces e os seus gestos como escritas
do bem do mal a paz a calma e o frenesim

Se estou sozinho é num beco que me encontro
vou porta a porta perguntando a quem me viu
se ali morei se eu era o mesmo e em que ponto
o meu desejo fez as malas e fugiu

Assobiando a melodia mais bonita
a da certeza do meu mais brilhante amor
a sensação de entre as demais a favorita
que é ver a rosa com o tempo a ganhar cor

Assobiando as melodias mais brilhantes
como o brilhante da certeza de um amor
como o rubi mais precioso entre os restantes
que é o da meiguice alternando com o amor

Não negarei ficar assim nesta beleza
assobiando as melodias mais fugazes
não é possível nem é simples com certeza
mas é a vontade que me dá do que me fazes